SURFISTAS, BUGUEIROS E DESPORTISTAS DE PARACURU APRENDEM NA PRÁTICA A SALVAR TARTARUGAS MARINHAS

 Neste sábado (08), Paracuru, no litoral oeste do Ceará, recebeu representantes do Instituto VerdeLuz – que tem a missão de reconectar o ser humano com a natureza através da educação – e do doutor em Zoologia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Igor Joventino Roberto, para explicarem de forma prática como surfistas, bugueiros e desportistas (jogadores de altinha e futevôlley) – que ocupam o litoral de forma mais frequente - como devem proceder quando surpreendidos com uma tartaruga marinha na faixa de areia.

Imagens Redação - Marilia

O encontro ocorreu às 09h, na Barraca do Cacá, que fica na Praia do Quebra Mar, onde está localizado o ninho de tartarugas marinhas, encontrado mês passado, cujos os ovos devem eclodir nos próximos dias. Inicialmente, visitarão o local que se encontra cercado e sinalizado, à espera do nascimento das tartaruguinhas.

De acordo com uma das representantes da VerdeLuz, Ruama Catarina, após a análise da situação do ninho, “haverá a simulação de um encalhe, a partir da utilização da pelúcia de uma tartaruga, quando demonstraremos como a comunidade deve pegar e transportar o animal, aspectos vitais que devem ser observador e quem recorrer numa hora como essa”. Também será realizada a simulação de um encalhe de animal morto. Segundo o doutor em Zoologia (UFAM), Igor Joventino Roberto, a recomendação é numa situação como essa “evitar o tráfego de veículos, cerca o entorno do ninho, instalar placas de sinalização e, no período da eclosão dos ovos, deixar as tartarugas seguirem seu curso natural, em direção ao mar.”



A ideia da Secretaria de Turismo, Cultura e Meio Ambiente (Setur), segundo a educadora ambiental da Setur, Adyla Lucas “é preservar as vidas dessas espécies e que os participantes do encontro funcionem como multiplicadores, no sentido de promover uma maior conscientização da comunidade sobre a importância de manter a praia limpa, já que a ação do homem é considerada uma das maiores ameaças às populações de tartarugas marinhas”. O Doutor Igor Joventino Roberto, por sua vez, considera que a conscientização da população local é essencial na missão de conservar essas espécies e preservar o meio ambiente. Mas que o trabalho em todo o litoral cearense deve ir além: “O ideal é fazer o monitoramento efetivo da praia para mapear encalhes e áreas de desova, além da fiscalização”, acrescenta.

Atualmente, segundo informações da VerdeLuz, todas as espécies de tartarugas marinhas estão ameaçadas de extinção. A tartaruga verde encontra-se no estágio vulnerável. As da espécie oliva e cabeçuda, em perigo. E as da espécie de pente e de couro, criticamente ameaçadas. Portanto, “essa iniciativa é de suma importância porque se a comunidade entender a gravidade do problema, os esforços para preservar as espécies se multiplicam e as chances de sobrevivência desses animais se tornam bem maiores”, ressalta Ruama Catarina.

O encalhe de tartarugas marinhas da espécie aruanã ou tartaruga verde (Chelonia mydas), no litoral de Paracuru, tem sido uma constante nos últimos dias. Na manhã desta segunda-feira (03), uma foi encontrada com vida, em meio as pedras, por pescadores, na praia da Igreja Velha (Ronco do Mar). O animal, ferido na nadadeira dianteira, foi levado para a faixa de areia e devolvido ao mar por técnicos da Diretoria de Meio Ambiente da Setur. No dia 28 de abril, mais uma foi encontrada morta por praticantes de Altinha na praia de Coqueirinho. Quatro dias antes (24), outra, da mesma espécie, foi resgatada também sem vida na praia da Barra.

Além dos predadores naturais, as ações do homem estão entre as principais ameaças às populações de tartarugas marinhas. Destaque para: a pesca incidental, ao longo de toda a costa, com redes de espera, e em alto mar, com anzóis e redes de deriva; a fotopoluição; o trânsito de veículos nas praias de desova; a destruição do habitat para desova pela ocupação desordenada do litoral; a poluição dos oceanos e o aquecimento global. O Doutor Igor ressalta: “Para se ter uma ideia, essas espécies morrem por ingerirem, por exemplo, desde pequenas fibras de plástico de um milímetro - que vão acumulando -, a tampas de garrafas pet ou sacos plásticos, por confundi-los com presas naturais, como as águas vivas. Então, se as pessoas parassem de jogar lixo na praia, já ajudariam bastante a salvar essas vidas”, conclui.






Contatos: Adyla Lucas: (85) 9.9723.6147

                Ruama Catarina: (85) 9.8721.2426

                Doutor Igor Joventino Roberto: (92) 9.9209.8473

                Ângelo Tuzze: (85) 9.9188.2868

 

Jornalista responsável: Katiúzia Rios: 9.8601.6896/ katyuziarios@gmail.com

Data: 08 de maio de 2021


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