Ministério anuncia horário ampliado em postos de saúde; unidades poderão funcionar até as 22h
Municípios que aceitarem prorrogar turno terão repasse extra do governo federal
BRASÍLIA - Unidades Básicas de Saúde (UBSs) poderão atender até as 22 horas. O Ministério da Saúde
anuncia nesta terça, 9, durante a Marcha dos Prefeitos, em Brasília, o
programa que prevê a extensão do horário de funcionamento dos postos de
saúde. Hoje, a maioria das unidades funciona até as 17 horas.
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A medida tem como objetivo facilitar o acompanhamento de saúde, principalmente de pessoas que trabalham fora. A estratégia havia sido defendida pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,
na cerimônia de posse. Atualmente, alguns municípios já realizam essa
forma de atendimento, por conta própria. Agora, a ideia é repassar
recursos extras para que o horário de atendimento seja ampliado. Neste
ano, serão destinados R$ 150 milhões extras para secretarias
interessadas em prorrogar o horário de funcionamento. No ano que vem, o
valor será em torno de R$ 500 milhões adicionais.
Embora a oferta seja para todos os municípios, o presidente do Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira,
acredita que somente as cidades de médio e grande porte terão condições
de se encaixar no programa. “A proposta prevê que, para ter o horário
estendido, três equipes sejam vinculadas na unidade básica de saúde”,
contou.
Junqueira avalia que municípios pequenos não terão como atender a
essa exigência. Unidades básicas que tenham três equipes terão de
trabalhar 60 horas por semana. Isso poderá ser feito com horários até 22
horas. Mas há também a possibilidade de abertura aos sábados. O
programa prevê também um outro formato, com seis equipes. Nesse caso,
cada posto terá de ofertar 75 horas semanais de atendimento. Cada equipe
conta com médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, dentista,
auxiliar de dentista e 6 agentes de saúde.
Para o Ministério da Saúde, a medida pode ajudar a melhorar sobretudo as coberturas vacinais,
consideradas em níveis perigosamente baixos por autoridades sanitárias.
O posto aberto até mais tarde, avaliam, pode ajudar equipes a organizar
esforços concentrados de vacinação.
“Hoje, quando uma mãe chega
no posto já no fim do expediente, é comum o profissional recomendar que
ele retorne outro dia”, conta Junqueira. Isso acontece porque cada
frasco traz várias doses de vacina. O receio é abrir um frasco, atender
uma criança e, depois, ter de jogar as demais doses fora – uma prática
condenada pelos Tribunais de Contas.
Fonte: Lígia Formenti, O Estado de S.Paulo.