Estudantes bloqueam Avenida da Universidade por duas horas em protesto contra cortes do governo
Publicado em 15 de maio de 2019 às 08h40
Motoristas precisam desviar a rota
Estudantes de universidades federais bloquearam por duas horas a Avenida da Universidade, no Bairro Benfica, para protestar contra os cortes para a educação anunciados pelo governo. Os estudantes começaram a manifestação por volta das 5h desta quarta-feira (15), com faixas e cartazes em "defesa da Universidade Pública Federal". Os
estudantes encerraram o protesto por volta das 7h. Os jovens informaram
que vão seguir em veículos diferentes para a manifestação da Praça da
Bandeira, localizada no Centro, que está prevista para acontecer às 8h.
Os jovens usaram cadeiras escolares e espalharam na via para evitar
que algum veículo consiga trafegar. Não há informações de quantos
estudantes participam do protesto que está acontecendo de forma
pacífica.
Uma equipe da Autarquia Municipal de Trânsito foi
chamada para orientar o trânsito no local. Os motoristas que normalmente
seguem pela Avenida da Universidade em direção ao Centro precisam
entrar à esquerda na Avenida 13 de Maio e em seguida entrar na primeira à direita na Avenida Carapinima.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus),
os veículos de trânsporte público estão fazendo o desvio no trânsito
devido o protesto.Ao todo passam pelo local 24 linhas de ônibus de
Fortaleza e 13 linhas da região metropolitana.
Às vésperas de manifestações de repúdio em todo o país, o Governo Federal se viu obrigado a negar informações da própria base aliada, de que o presidente Jair Bolsonaro havia decidido suspender o corte de verbas na área da Educação.
A notícia do recuo no contingenciamento surgiu de uma reunião de
Bolsonaro com deputados federais na tarde desta terça-feira (14). O
deputado federal Capitão Wagner (PROS), vice-líder do partido na Câmara,
que estava no encontro, disse ter presenciado a ligação do presidente Bolsonaro para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, após pressão do grupo.
"Ele ligou na nossa frente para o ministro da educação e determinou a
suspensão desse corte", disse o cearense. Ordenou, ainda segundo
Wagner, que Weintraub convocasse a imprensa para uma
coletiva de formalização da decisão. O próprio líder do PSL na Câmara,
Delegado Waldir, confirmou a informação a veículos de comunicação.
Tão logo a notícia se espalhou, a Casa Civil e os ministérios da
Educação e da Economia negaram a informação que teria sido confirmada
por, pelo menos, quatro líderes partidários. "O ministério da Economia
esclarece que não houve nenhum pedido por parte da
Presidência da República para que seja revisto contingenciamento de
qualquer ministério", informou a pasta, por nota.
Enquanto isso, aliados sustentam a versão de que Bolsonaro ligou para Weintraub. "Se o Governo voltar atrás, vai ficar feio, porque ele ligou na nossa frente para o ministro", garantiu o deputado Capitão Wagner.
Convocação
Está mantida a convocação, pela Câmara dos Deputados, do ministro
Abraham Weintraub para prestar esclarecimentos sobre o corte na
Educação. Por se tratar de convocação, o chefe da pasta é obrigado a comparecer ao plenário. Deputados querem que ministro preste esclarecimentos sobre bloqueios no orçamento no setor.
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